Semana santa...mania das pessoas tradicionais comerem bacalhau.
Pelo menos entre meus conhecidos.Estávamos a estruturar uma refeição que estivesse ao nosso alcance e compatível com o orçamento geral.
Sempre divídiamos tudo devido a quantidade de pessoas;assim ninguém ficaria lesado,ou constrangido.
Foi nesse meio tempo que Mário,um amigo de fino trato,argumentou:
-Olhe pessoal,quem traz o bacalhau sou eu !
Todos concordaram e cada qual cumpriria a sua parte.
Na quinta -feira a noite,nada de bacalhau para deixar de molho para retirar o sal!
Porém... fiquei um tanto apreensiva;será que Mário iria dar mancada ?
Pensei comigo,ele não faria uma desfeita dessa!
Por cautela ...na sexta-feira pela manhã, pedi as minhas filhas que fossem comprar peixes no mercado;pois não se encontrava mais bacalhau alí nos arredores.
Adiantei tudo para a execução do esperado almoço.
Havia descascado uns três quilos de batatas para complementar o prato que iria fazer.
Após longa espera ,lá vem o Mário com um pequeno volume na sacola.
-Desculpe a demora ...mas só consegui isso;estava trabalhando e quando fui comprar,
só restou este pedaço !
Nem tive palavras para dizer umas boas,estava decepcionada demais pra falar:
-E agora ...que fazer ? pensei comigo !
Não havia tempo para lamentar-se,era mãos à obra !
Escaldei o bacalhau...vejam bem(sómente meio quilo), cozinhei e desfiei para render.
Com a água escaldada aproveitei para cozinhar as batatas;pelo menos ficaria o sabor.
Parecia um milagre...conforme fervia junto com as batatas,leite de coco e alguns temperos,exalava um aroma inconfundível...parecia tão bom !
Lá fora na rua,alguns meninos vizinhos que brincavam perto do portão diziam :
-Vamos almoçar aí...que cheiro apetitoso !
Todos ao redor da mesa,comeram satisfeitos sem importar-se com o minguado fiapo de bacalhau.
Por educação ninguém comentou nada a respeito,mas foi uma comédia que nunca esqueci.
Toda vez que relembro o pedacinho do dito cujo...eu penso :
é...sómente ficou o sabor e o fato engraçado.
Olga Pequena Mensageira
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
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